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Pai e Filho Desaparecidos na mata em SC: Lições de sobrevivência e preparação que vamos aprender


Imagine estar em uma trilha simples ou acampando próximo a áreas de mata e, de repente, alguém desaparece. Em Santa Catarina, um caso recente trouxe esse risco para as manchetes: um pai americano e seu filho nicaraguense permaneceram cinco dias desaparecidos em uma região de vegetação densa no Morro do Careca, em Balneário Camboriú. Eles foram localizados vivos, mas em condições que mostravam claramente sinais de cansaço, desorientação e vulnerabilidade. Casos assim reforçam a importância da preparação prévia em qualquer incursão ao mato, mesmo aquelas que parecem curtas ou inofensivas.

Esse episódio poderia ser visto apenas como uma notícia isolada, mas para quem vive o universo prepper e o bushcraft, ele se transforma em um alerta sobre os riscos reais de se aventurar sem planejamento. Afinal, a natureza é bela, mas pode rapidamente se tornar hostil para quem não leva os cuidados necessários.

Antes de aprofundar nas lições, vale destacar que esse desaparecimento ganhou contornos ainda mais complexos. O pai, Mark Alexander, chegou a mencionar preocupações sobre extraterrestres e o fim do mundo, o que pode ter influenciado suas escolhas pouco racionais antes do episódio. Isso mostra de forma clara como, em sobrevivência, os fatores psicológicos podem ser tão determinantes quanto os recursos materiais que se tem à mão.

1. Planejamento mínimo em áreas desconhecidas


Explorar uma área de mata sem um planejamento adequado é abrir as portas para o risco. No caso de Balneário Camboriú, pai e filho foram vistos pela última vez em uma quarta-feira e apenas localizados cinco dias depois em uma região isolada. Esse intervalo de tempo é suficiente para que sede, fome, exaustão e até acidentes se tornem ameaças sérias.

O planejamento de uma atividade em ambientes naturais começa muito antes de colocar os pés na trilha. Antes de sair de casa, é fundamental comunicar a familiares ou amigos qual será a rota, o tempo estimado e os pontos de parada. Esse simples ato garante que, caso algo dê errado, as equipes de busca terão informações básicas para iniciar uma procura mais direcionada.

Além disso, materiais de navegação como mapas, bússolas ou GPS não podem ser negligenciados. O celular, por mais útil que seja, depende de bateria e sinal, dois recursos que podem falhar em meio à mata. O ideal é que ele seja tratado como ferramenta complementar, enquanto os meios tradicionais garantem segurança real.

O uso de tecnologia deve ser feito com inteligência. Aplicativos que permitem baixar mapas off-line ou armazenar coordenadas funcionam mesmo sem sinal, sendo aliados valiosos para quem vai explorar áreas mais afastadas. Porém, é fundamental que o usuário saiba interpretar essas informações. Ter o recurso em mãos sem dominar sua utilização é praticamente inútil em um cenário de risco.

Por fim, equipamentos simples como refletores, lanternas e sinalizadores podem fazer toda a diferença em uma emergência. Eles permitem não apenas se orientar melhor durante a noite, mas também indicar a sua localização para equipes de busca, aumentando as chances de resgate rápido.

2. Estado psicológico e tomada de decisão sob pressão


O caso também mostra o quanto o estado psicológico influencia em situações de sobrevivência. Relatos indicam que o pai mencionava preocupações sobre extraterrestres e meteoros antes do desaparecimento, o que sugere que fatores emocionais pesaram nas escolhas feitas. Em situações de risco, decisões equivocadas podem custar caro, e muitas vezes não se trata da falta de equipamentos, mas da falta de equilíbrio mental.

Manter a calma é o primeiro passo. Diante de um imprevisto, o instinto humano tende ao pânico, mas esse comportamento é justamente o que aumenta a vulnerabilidade. A respiração controlada, a análise fria da situação e o raciocínio lógico ajudam a tomar medidas mais seguras.

Outro ponto importante é ter consciência dos próprios motivos. Entrar na mata sem preparo por impulso, medo ou até crenças pessoais pode levar a consequências imprevisíveis. O sobrevivencialismo ensina que cada decisão deve ser pautada na análise de riscos e benefícios, sempre priorizando a segurança.

Expedições em grupo também devem ser equilibradas em termos de experiência. Quando todos são inexperientes, o risco aumenta. Ter pelo menos uma pessoa com bom conhecimento de navegação, primeiros socorros e técnicas de campo pode fazer a diferença entre a vida e a morte em caso de problemas.

Por fim, o treinamento psicológico, conhecido no meio como mindset de sobrevivência, é tão importante quanto a preparação física. Treinar o corpo para resistir ao esforço é útil, mas treinar a mente para suportar a pressão é vital. Em muitos casos de desaparecimentos e acidentes, o fator que separa sobreviventes de vítimas é justamente a capacidade de manter a sanidade sob pressão.

3. ESAON: técnica para quando se perder


Uma das técnicas mais eficientes para lidar com situações de desorientação é o ESAON, acrônimo para Estacione, Sente-se, Alimente-se, Oriente-se e Navegue. Essa estratégia simples pode ser a chave para recuperar o controle quando a sensação de estar perdido toma conta.

O primeiro passo, estacionar, significa parar imediatamente. Quanto mais a pessoa caminha sem direção, maior é a chance de se afastar ainda mais de trilhas ou pontos de referência. Em seguida, sentar-se ajuda a controlar a ansiedade, estabilizar a respiração e reduzir a impulsividade.

Alimentar-se e hidratar-se são etapas que reforçam o corpo e a mente. Muitas vezes, a fome e a sede amplificam o estresse psicológico, tornando difícil pensar com clareza. Reforçar o organismo garante energia para as próximas decisões.

Orientar-se envolve observar o ambiente: identificar pontos de referência, verificar a posição do sol ou até analisar a vegetação. Com calma, é possível perceber detalhes que passariam despercebidos em meio ao desespero. Só então entra a etapa de navegar, que significa escolher uma rota de forma consciente, seja para retornar por um caminho conhecido, seja para se aproximar de um ponto de resgate.

Casos como o de SC mostram que técnicas como o ESAON poderiam reduzir significativamente os riscos. Se pai e filho tivessem aplicado uma estratégia assim desde o início, talvez não tivessem permanecido tanto tempo vulneráveis na mata. Essa técnica é simples, acessível a qualquer pessoa, mas exige disciplina e treinamento prévio para ser lembrada e aplicada em momentos de crise.

4. Preparação salva vidas: lições práticas


O fato de pai e filho terem sido encontrados vivos indica que havia algum grau de preparo, ainda que mínimo. Talvez tenham improvisado abrigo, encontrado água e resistido com o que tinham em mãos. Mas é evidente que poderiam ter se saído muito melhor com uma preparação adequada.

Em incursões ao mato, mesmo curtas, itens básicos como um tarp, cordas, um cobertor térmico e uma lâmina devem estar presentes. Esses materiais garantem abrigo, aquecimento e condições mínimas de segurança. Não é necessário carregar uma mochila pesada, mas um kit compacto pode fazer toda a diferença.

A água, como sempre, é prioridade absoluta. Levar uma quantidade mínima, aliada a pastilhas de purificação ou um filtro portátil, pode ser decisivo em situações em que fontes naturais não são confiáveis. No caso de SC, a permanência de cinco dias em mata fechada sem preparo adequado poderia facilmente ter levado à desidratação grave.

Outra medida prática é sempre traçar um plano de emergência. Isso inclui estabelecer pontos de referência, mapear rotas alternativas e combinar sinais simples com familiares ou amigos para caso algo saia do controle. A comunicação, ainda que indireta, pode acelerar o resgate e reduzir riscos.

Esse episódio reforça que a preparação não é exagero, mas sim prudência. Cada item carregado, cada decisão consciente e cada técnica aprendida aumentam as chances de sobrevivência. A história de pai e filho termina com um resgate feliz, mas poderia ter tido um desfecho trágico.

O caso ocorrido em Balneário Camboriú deve ser encarado como um lembrete de que a natureza não perdoa descuidos. Preparação não significa apenas carregar equipamentos, mas também ter mentalidade, conhecimento e disciplina para tomar as decisões certas. Em sobrevivência, a linha que separa a vida da morte é muitas vezes mais fina do que imaginamos.

Se você também planeja trilhas, acampamentos ou explorações, fortaleça seu kit, revise suas técnicas e prepare a sua mente. A sobrevivência começa muito antes de entrar na mata — começa em casa, com cada decisão consciente.

Fonte: CNN Brasil


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